MAIS LIDAS
VER TODOS

Esportes

Presente no Mineirão em 1971, João Leite festeja bi do Atlético-MG junto com mãe

Como jogador atleticano, o então goleiro João Leite bateu na trave duas vezes quando decidiu o Nacional. Como torcedor, porém, ele é 100% campeão. Em 1971, com 16 anos, esteve na geral do Mineirão na vitória de 1 a 0 do seu clube de coração sobre o São Pa

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 03.12.2021, 19:43:00 Editado em 03.12.2021, 19:48:30
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Como jogador atleticano, o então goleiro João Leite bateu na trave duas vezes quando decidiu o Nacional. Como torcedor, porém, ele é 100% campeão. Em 1971, com 16 anos, esteve na geral do Mineirão na vitória de 1 a 0 do seu clube de coração sobre o São Paulo no primeiro jogo do triangular final. Na partida seguinte, festejou o título com o triunfo sobre o Botafogo no Rio. Passados 50 anos, foi nos braços da mãe, dona Geralda, que ele voltou a soltar o grito de campeão brasileiro.

continua após publicidade

"Foi uma emoção sem tamanho. E poder comemorar esse título ao lado da minha mãe, não tem preço. Ela acompanhou tudo, não perdeu nenhum detalhe. Ficou muito brava quando o Atlético-MG levou os dois gols, mas como boa atleticana, torceu até o fim e ficou muito feliz", disse o ex-goleiro em conversa com o Estadão.

Uma vez por semana, João Leite percorre os pouco mais de cinquenta quilômetros que separam Belo Horizonte de Pedro Leopoldo para passar a noite com dona Geralda. Os cinco filhos cumprem esse revezamento para aproveitar a companhia dessa matriarca que, no próximo dia 26 de março, vai completar 90 anos.

continua após publicidade

"É uma alegria muito grande poder fazer isso e aproveitar o carinho dela. Apesar da idade e de todo o seu esquecimento, ela costuma se levantar de madrugada para me "embrulhar" e ajustar o cobertor para que eu não sinta frio. Veja você. Eu, já com meus 66 anos, e ela não esquece de cuidar de mim", disse João Leite.

A partida diante do Bahia foi marcada por reviravoltas, uma virada relâmpago e muita alegria. O jogo que teve sabor de título contou com a torcida de filhos, netos e noras de dona Geralda. E em meio a tanto sofrimento, a veterana torcedora acabou vítima de brincadeiras que a tiraram do sério.

"Meus irmãos ficavam falando que o Éverson é o goleiro mais bonito da história do Atlético-MG. Vixe, ela ficou brava. Só quando percebeu que era chacota que entrou na brincadeira", divertiu-se João Leite.

continua após publicidade

Com 684 jogos pelo clube, o ex-camisa 1 está no topo da lista dos atletas que mais entraram em campo pelo time de Minas. Durante a conversa, ele fez uma revisão de sua trajetória. Apesar de algumas frustrações, o saldo é altamente positivo.

"Eu já nasci atleticano e ia ver os jogos do time no estádio Antonio Carlos, onde hoje é o shopping. Tempos depois iria concentrar debaixo das arquibancadas. O Atlético-MG é a paixão da minha vida."

O jogo mais marcante, no entanto, o remete a uma das maiores dores da carreira. No empate de 0 a 0 contra o São Paulo, a decisão do Campeonato Brasileiro foi para os pênaltis e João Leite pegou duas cobranças. Seu esforço, porém, foi em vão. A equipe do Morumbi teve mais frieza, venceu a disputa de penalidades por 3 a 2, e ficou com o título.

continua após publicidade

"Em 1977 tínhamos o melhor ataque, a defesa menos vazada, o artilheiro do campeonato e somamos dez pontos a mais do que o São Paulo. Mas o Brasil é um país que precisa ser estudado. Ah e ainda fomos vice-campeões invictos."

Considerado um dos maiores nomes da posição no time mineiro, João Leite falou do goleiro Éverson e também da importância do técnico Cuca nessa campanha vencedora.

continua após publicidade

"O Éverson é um grande goleiro e mostrou muita personalidade. Chegou, encontrou dificuldades, mas logo se aclimatou e tomou conta da posição. Ele é muito bom com os pés e cresceu em momentos importantes. O Cuca também foi fundamental. Ele é muito bom de vestiário. Entende o que está acontecendo e consegue mudar o jogo. E o time entendeu bem a sua filosofia e teve uma boa sintonia com a torcida."

Destaque do título pelos gols e também pela liderança em campo. Hulk foi elogiado por João Leite. No entanto, ao ser questionado se o ídolo atual poderia ser comparado a Reinaldo, principal atacante de sua geração, João Leite disse que o patamar é diferente.

"O Reinaldo está numa prateleira especial de ídolos do clube. Ele era ídolo dos próprios companheiros. Nós o vimos nascer na base do Atlético-MG. Com 17 anos, ele precisou ser submetido a três cirurgias com anestesia geral. Enquanto nós saíamos do vestiário para encontrar a família, ele ficava sentado no chão com bolsas de gelo nos joelhos para aliviar as dores no joelho. Foi um resistente e um fora de série. Era muito querido por todos no elenco", afirmou.

continua após publicidade

FAMÍLIA LIGADA AO ESPORTE E MOVIMENTO RELIGIOSO - Casado com a ex-jogadora de vôlei Eliana, que defendeu a seleção brasileira nos Jogos de Moscou, em 1980, João Leite viu as raízes desse matrimônio render frutos para o esporte.

"Débora, minha filha mais velha, foi jogadora de vôlei da seleção mineira e hoje é casada e mora no Canadá. Tem uma filha, a Sarah. A Daniela foi atleta olímpica de ginástica rítmica e me deu três netinhas: Letícia, Beatriz e Marina. E tem o Helton Leite, goleiro como o pai. Atualmente defende o Benfica, de Portugal", falou com orgulho.

Com uma trajetória de destaque dentro de campo, onde defendeu a seleção brasileira entre 1981 e 1982, João Leite também ganhou holofotes ao ser um dos líderes do movimento Atletas de Cristo.

A iniciativa arrebatou vários nomes do esporte e também foi alvo de polêmicas, inclusive com o próprio goleiro.

"Em 1979 eu conheci o Baltazar, o artilheiro de Deus. Uma pessoa fantástica. E o movimento foi crescendo. Mas teve dificuldades, já que no domingo, que é considerado o dia a se dedicar a Deus, nós tínhamos que jogar. Tinha dificuldade também com os dirigentes pelos posicionamentos que tínhamos. E teve a polêmica do veto a uma inscrição que eu usava na camisa: "Cristo Salva". A imprensa cobriu e aquilo teve uma repercussão enorme", afirmou João Leite.

Dos campos para a vida pública, o ex-ídolo atleticano é deputado estadual e membro da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa. Apesar da agenda corrida e das constantes viagens, ele garante sempre ter tempo para olhar pelo clube do coração.

"Mesmo quando a gente encerra a carreira no Atlético-MG, nós continuamos como atletas no imaginário da torcida. Onde vou, sempre me tratam como goleiro do Galo. E é assim que eu me sinto. Sou um apaixonado pelo clube", encerrou.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Esportes

    Deixe seu comentário sobre: "Presente no Mineirão em 1971, João Leite festeja bi do Atlético-MG junto com mãe"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!