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‘Vamos abrir de 25 a 30 lojas em 2020’

Em meio à crise do coronavírus, a varejista Pernambucanas pretende manter a abertura de lojas perto do plano originalmente traçado. A companhia espera inaugurar entre 25 e 30 unidades em 2020. De acordo com o presidente do grupo, Sérgio Borriello, a crise

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.06.2020, 07:08:00 Editado em 03.06.2020, 07:16:16
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Em meio à crise do coronavírus, a varejista Pernambucanas pretende manter a abertura de lojas perto do plano originalmente traçado. A companhia espera inaugurar entre 25 e 30 unidades em 2020. De acordo com o presidente do grupo, Sérgio Borriello, a crise traz oportunidades e deixa disponíveis pontos de venda em locais onde a companhia quer ter presença. O executivo participou ontem da série de entrevistas ao vivo Economia na Quarentena, do Estadão.

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Segundo Borriello, uma das estratégias da Pernambucanas para ganhar força em relação à concorrência é o relacionamento com os consumidores no crediário. Sabendo de uma possível alta da inadimplência por causa do crescimento do desemprego, o executivo afirmou que a rede buscou reduzir juros e dar mais prazo aos clientes durante a pandemia. "Queremos plantar atendimento para colher fidelidade."

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista.

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A Pernambucanas vinha em uma forte expansão nos últimos anos, abrindo cerca de 30 lojas por ano. Como a crise da covid-19 afeta esse movimento?

Toda crise traz oportunidades, e o varejo não é um caminhão que se freia de uma vez. Então, neste ano, acredito que gente terá umas 25 lojas novas porque já estava no nosso caminho. A gente quer ir um pouquinho além. A crise também possibilita ir para lugares em que gostaríamos de estar. Devemos ter de 25 a 30 lojas e manter a expansão.

Qual vai ser a estratégia?

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O modelo de expansão da Pernambucanas seguirá a área de atuação: Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Temos um estudo sobre tamanho de cidade e renda que, apesar da crise, continua válido. Temos bastante oportunidade no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, no norte de Minas e no Sul, sobretudo Rio Grande do Sul. São Paulo sempre será um foco, mas nossa presença já é grande.

A empresa acelerou o projeto de transformação digital durante a crise?

Esses números estão loucos hoje em dia. Com o fechamento das lojas físicas, a participação do digital disparou. Essa questão digital é claramente uma oportunidade. A nossa fintech, por exemplo, tem 1,5 milhão de contas digitais. Avançamos na pandemia e queremos continuar a crescer depois dela. Tivemos um crescimento de 1.500% do nosso e-commerce. Nossa fintech poderá alcançar muitos tipos de serviços, buscando parcerias. É a hora de acelerar o trabalho já feito.

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Quantas lojas estão abertas?

Temos um processo de inteligência que acompanha casos e óbitos reportados versus os leitos disponíveis. E as lojas acompanham o que cada prefeito está falando sobre autorização de funcionamento. Temos 378 lojas, das quais 256 estão abertas. Nessas 256, há diversos modelos. Algumas são abertas dia sim, dia não. Outras têm horário limitado, outras capacidade limitada.

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Diante dessa configuração, o grupo demitiu ou suspendeu contratos?

Não houve demissão. Fizemos redução de jornadas em alguns casos. Onde as lojas estavam fechadas, fizemos suspensão de contratos. Queremos preservar ao máximo os empregos. Boa parte dos nossos funcionários está na Medida Provisória 936.

Para a rede, como deveria ser a volta do comércio?

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O assunto não é político, é técnico. De nada adianta a loja estar aberta se o consumidor não aparecer. E não vale a pena colocar em risco os trabalhadores. A visão tem de ser regionalizada, pois as situações são muito diferentes nos municípios em que a gente opera. A abertura tem de ser escalonada, gradual. Não dá hoje para tomar uma única decisão para a empresa inteira.

Com o aumento do desemprego, como fica a questão da inadimplência?

Acho que tem dois tipos de inadimplência. Se a pessoa perdeu 100% da renda, só vai cumprir as necessidades básicas, de contas da casa e alimentação. O fato de o cliente não pagar não é escolha, é falta de opção. Tem a segunda inadimplência, em que houve perda parcial de renda. E o consumidor, para fechar o orçamento, precisa escolher quais contas vai pagar depois de água, luz e alimento. Nesse segundo caso, há uma oportunidade de usar o relacionamento com o cliente para ser escolhido por ele.

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Como?

A gente sempre teve crediário, somos uma empresa de 112 anos. Todo mundo tem uma história com a Pernambucanas. É por isso que fizemos isenção de juros e multa nos períodos de atraso, demos carência para os clientes pagarem, fizemos parcelamento. E por que isso? Queremos plantar atendimento para colher fidelidade. Queremos que ele traga o salário para a nossa conta digital, que ele venha para cá se o banco colocar um "x" do Serasa nele.

Por mais que a venda digital cresça, não existe um teto para a venda pela internet quando o tema é confecção?

O teto vai subir, embora exista um limite especialmente para o vestuário. A padronização dos tamanhos na nossa indústria de confecções ainda é falha. Essa flutuação de modelagem obriga o cliente a provar a roupa. O teto estava, no vestuário, por volta de 3,7%. Ele vai subir, pode passar de 15%, mas não supera 20%. Por outro lado, em outros departamentos, nos eletrônicos, celulares e cama, mesa e banho, a proporção pode ser bem maior.

Como o sr. vê a influência da crise política na economia?

A questão do coronavírus é de saúde, e não política. Precisamos nos preocupar com a saúde das pessoas e o emprego. A polarização é a pior coisa para o País.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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