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Projeções de PIB em 2022 têm sido revistas para cima, diz diretor do BC

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Abry Guillen, destacou nesta segunda-feira, 11, que as projeções para o crescimento do País em 2022 têm sido revistas para cima, enquanto as estimativas para 2023 e 2024 têm caído. Ele deu as declara

Eduardo Rodrigues e Cícero Cotrim (via Agência Estado)

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Escrito por Eduardo Rodrigues e Cícero Cotrim (via Agência Estado)
Publicado em 11.07.2022, 11:48:00 Editado em 11.07.2022, 11:59:06
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O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Abry Guillen, destacou nesta segunda-feira, 11, que as projeções para o crescimento do País em 2022 têm sido revistas para cima, enquanto as estimativas para 2023 e 2024 têm caído. Ele deu as declarações durante evento virtual promovido pelo Credit Suisse.

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De acordo com Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda, a mediana para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 passou de 1,51% para 1,59%. Há um mês, a estimativa era de 1,42%. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 permaneceu em 0,50%. Para 2024, a estimativa oscilou de 1,81% para 1,80%.

Guillen apontou ainda que há uma redução na projeção de inflação de administrados, que eram afetados por bandeiras tarifárias de eletricidade e pela alta gasolina - antes das medidas tomadas pelo governo para redução da carga tributária sobre combustíveis. No Focus de hoje, a projeção para os preços administrados em 2022 despencou de 3,51% para 2,20%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 6,09%.

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O diretor do BC reconheceu que o IPCA em 12 meses segue rodando em níveis altos, com ênfase no setor de serviços. Já os preços das commodities têm comportamento heterogêneo, com as "energéticas subindo, agrícolas de lado e metálicas caindo".

Diogo Guillen também disse que a estratégia de política monetária não implica em uma "inconsistência intertemporal", mesmo que as projeções da autarquia para a inflação no horizonte relevante estejam abaixo das expectativas do mercado.

"Eu não vejo essa inconsistência intertemporal", disse Guillen. "A estratégia passa por dois aspectos conjugados: o primeiro é uma Selic terminal mais alta do que o Focus e o segundo é um tempo mais prolongado significativamente contracionista. Então, é uma curva mais elevada do que o Focus em todo o horizonte", completou, acrescentando que a intenção do Copom foi explicar a sua estratégia, sem fornecer um "forward guidance".

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No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC previu um IPCA de 4,0% em 2022 e 2,70% em 2023, abaixo das medianas observadas no mais recente relatório Focus para ambos os anos - de 5,09% e 3,30%, respectivamente. De acordo com Guillen, a estratégia do BC envolve reancorar as expectativas de inflação, sobretudo as que aparecem no relatório Focus. "Reancorar aumenta o custo de desinflação. Então, o objetivo é sempre manter as expectativas ancoradas, para reduzir os custos da desinflação futura", afirmou.

De acordo com Guillen, o aperto monetário atua com uma defasagem próxima de cinco trimestres no Brasil, o que significa que a maior parte dos impactos defasados serão sentidos ao longo do segundo semestre. O diretor o BC ainda afirmou que, ao sinalizar um juro elevado por mais tempo em 2023, o BC mostra que haverá um impacto sobre a inflação de 2024.

Para ele, o exercício apresentado no último RTI sobre o impacto de uma taxa Selic estável em 13,25% ao longo de 2023 sobre a inflação do ano que vem (-0,3pp) não se trata de um cenário alternativo, mas de uma simulação que mostra o ganho de não reduzir juros ao longo de um ano. "Eu penso mais como um exercício adicional do que como um cenário alternativo, que teria de delinear qual é o juro sobre todo o horizonte de projeção", disse.

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