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Com China, Ibovespa emenda 3ª perda, em baixa de 1,10%, a 113.794,28 pontos

O Ibovespa emendou a terceira perda nesta quinta-feira, 16, após um início de semana promissor, em que ainda reagia ao recuo do presidente Jair Bolsonaro, retirando temperatura da crise político-institucional, em desdobramento positivo que se combinou ao

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 16.09.2021, 18:02:00 Editado em 16.09.2021, 18:08:34
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O Ibovespa emendou a terceira perda nesta quinta-feira, 16, após um início de semana promissor, em que ainda reagia ao recuo do presidente Jair Bolsonaro, retirando temperatura da crise político-institucional, em desdobramento positivo que se combinou ao relativo esvaziamento das manifestações de domingo contra o governo. O mercado, contudo, segue atento à piora das projeções sobre os fundamentos domésticos, em meio a sucessivas elevações das estimativas para câmbio, inflação e juros, acompanhadas de redução das projeções para o PIB, neste e no próximo ano.

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Cenário externo cauteloso, com atenção à queda de ritmo chinês e especialmente a um problema de solvência em grande empresa do setor imobiliário no país, contribui também para manter os investidores na defensiva, afetando o apetite por risco em momento no qual surgem também alguns sinais mais fracos na economia americana.

Assim, apesar de Nova York ter chegado a esboçar reação no fim da tarde, o Ibovespa fechou hoje em baixa de 1,10%, aos 113.794,28 pontos, passando a acumular perda de 0,43% na semana, elevando as do mês a 4,20% - no ano, o índice cede agora 4,39%. Com giro financeiro a R$ 35,8 bilhões, a referência da B3 oscilou hoje entre mínima de 113.394,67 pontos - menor nível intradia desde o dia 9, quando foi aos 112.435,11 - e máxima de 115.061,97, da abertura, retrocedendo no fechamento desta quinta-feira ao menor patamar desde o encerramento do último dia 8, aos 113.412,84 pontos, refletindo então a elevação de tom de Bolsonaro no 7 de setembro.

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O cenário externo cauteloso, especialmente com relação à China, resultou hoje em novo forte ajuste nos preços do minério, em queda de 8%, após perda de 4% no dia anterior - agora no menor nível desde julho de 2020 e a caminho de sua pior sequência em três anos. Na B3, as ações de empresas com exposição aos preços de commodities, como CSN ON (-6,18%, maior perda do dia), Suzano (-5,75%, segunda maior) e Usiminas (-5,41%, terceira maior queda da sessão entre os componentes do Ibovespa), além de Vale ON (-4,15%) e Petrobras (ON -0,93%, PN -0,87%), refletiram nesta quinta-feira a piora de sentimento em relação à economia global, reforçada por sinais ruins sobre o setor imobiliário da China, altamente alavancado. Entre as ganhadoras do dia, destaque para Cielo (+5,44%), Hering (+4,90%) e Assaí (+3,07%).

"Embora a Bolsa esteja barata, o Ibovespa tende a ficar mais lateralizado no curto prazo, acompanhando a cautela externa, especialmente com relação à China, em meio a temor de que esta grande empresa, a Evergrande, possa quebrar - o que pioraria bastante as coisas. O risco Brasil está mais ou menos precificado com relação a fatores como juros e Auxílio Brasil e, depois da carta de Bolsonaro à nação, a resposta que se viu no Ibovespa foi rápida", observa Viviane Vieira, operadora de renda variável da B.Side Investimentos.

"Considerando o histórico de P/L, a Bolsa está num patamar muito baixo, o que estimula recompra de ações pelas empresas e mesmo rumores sobre fechamento de capital. Aqui, o teto de gastos, e uma solução para os precatórios que o respeite, continua a ser percebida como fator central para a evolução do fiscal - e se espera que haja uma resposta a isso em breve", diz Aroldo Holanda, head de mesa variável da Aplix Investimentos. "Além disso, temos a crise hídrica e a retomada de sinais preocupantes de autoridades com relação à política de preços da Petrobras, em momento de pressão adicional sobre a inflação."

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"Lá fora, a China continua preocupando também: antes, com a intervenção em setores como o de metais, afetando os preços de commodities como o minério; e, agora, com problemas na segunda maior empresa do setor imobiliário, a Evergrande, que pode deixar de honrar o pagamento periódico de juros, o que resultaria na possibilidade de paralisações de obras. Como a China tem um sistema fechado, quando um problema como esse aparece e é reconhecido pelo governo, preocupa demais", acrescenta Holanda.

Hoje, a Capital Economics considerou haver certo exagero nas avaliações sobre a crise na Evergrande. Para a consultoria, um 'default' gerenciado ou mesmo descontrolado da companhia chinesa teria pouco impacto global, para além de alguma turbulência nos mercados. Mesmo que outras incorporadoras venham a passar por quadro similar, seria necessário um erro político de Pequim para que isso provocasse grande desaceleração da economia, aponta a Capital Economics. "Em um cenário de pouso forçado, vários mercados emergentes estão vulneráveis. Mas, em geral, o impacto global de mudanças na demanda chinesa é muitas vezes exagerado", diz a consultoria.

Por sua vez, a perspectiva doméstica, com constantes revisões negativas para o PIB e de alta para IPCA e Selic, contribui para redução da exposição dos investidores a ativos do País, em meio a fatores de dúvida, como o valor e a abrangência do Auxílio Brasil (substituto do Bolsa Família) e a dificuldades do governo para encontrar solução para os precatórios, em um orçamento de 2022 comprimido por nova projeção do próprio governo, mais alta, para a inflação.

Hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que a discussão sobre o Auxílio Brasil e a origem dos recursos para bancar o programa deve se "afunilar" entre os meses de outubro e novembro, sendo "imperioso" que o debate aconteça até 31 de outubro. Lira defendeu que a matéria tramite sem nenhum sobressalto ou "invenção milagrosa".

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