É possível ter a melhor campanha do Campeonato Paulista com uma estrutura muito menor do que as de Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos? O Santo André tem mostrado que sim. Um dia campeão da Copa do Brasil, o Ramalhão enfrenta dificuldades financeiras para dar melhores condições de treino para sua comissão técnica e jogadores.
Com salários em dia para funcionários e atletas, o principal problema do Santo André na temporada é o campo de treinamento. Na maioria das vezes, o time realiza as atividades na sede do clube social, mas utiliza um campo irregular, desnivelado e sem medidas profissionais – veja foto no começo da matéria.
Não é, porém, por falta de um gramado em boas condições no clube. O problema é que o campo considerado ideal é prioridade dos sócios do clube, que pagam pela sua manutenção para jogos e campeonatos internos. Na foto abaixo é possível ver a diferença entre os dois.
Campo de dimensões não profissionais onde o Santo André treina — Foto: Beatriz Zara
Calendário vazio
Além dos problemas estruturais, o Santo André ainda briga por uma vaga na Série D do Campeonato Brasileiro. Atualmente, o clube não possui divisão. Caso o Ramalhão se classifique para as quartas de final do Campeonato Paulista, garante uma vaga na edição da última divisão do Brasileiro deste ano.
– Lógico que como todo clube pequeno a gente tem dificuldade em buscar um patrocínio, em pensar a médio e longo prazo, principalmente em relação a calendários e competições rentáveis no segundo semestre, coisa que não existe quando não se tem um Campeonato Brasileiro para se disputar. Esse é o nosso objetivo, chegar à Série D – disse Edgar Montemor.
O Santo André também disputa a Copa do Brasil. O Ramalhão está na segunda fase e vai enfrentar o Goiás na próxima quarta-feira, às 19h15, no Estádio Bruno José Daniel. Caso avance de fase, o clube acumulará uma premiação de R$ 1,5 milhão. E a cada fase, os valores aumentam.
Ronaldo comemora o gol do Santo André contra o Corinthians — Foto: Marcos Ribolli
Se o Santo André conseguir a vaga na Série D, ainda há outro problema: os contratos curtos. Cerca de 95% do elenco tem vínculo apenas até o fim do Paulistão – incluindo o atacante Ronaldo, artilheiro do time (e do torneio) com cinco gols. Esse também é o caso da comissão técnica e até de Edgar, que tem contrato até maio.
O futuro do Santo André, portanto, passa diretamente pela atual campanha no Campeonato Paulista.
– A permanência na Série A1 do Paulista faz com que o clube conte com uma boa verba de cota de TV para o ano que vem. Temos a Copa do Brasil para sonhar com mais dinheiro. O clube tem uma sede social, temos a ideia de reformar, fazer um centro de treinamento. Passa sim pela cabeça do clube ter essa estrutura física mais perto do ideal, para que o Santo André possa voltar a figurar nas divisões maiores do futebol brasileiro – finalizou Edgar Montemor.
(GLOBO ESPORTE)
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