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Tecnologia ajuda agricultura familiar a manter a venda de produtos

Produtores rurais paranaenses têm utilizado a internet como ferramenta para garantir o escoamento da produção durante a pandemia do novo coronavírus. Sites, redes sociais e aplicativos ajudam a manter a renda da agricultura familiar, já que as feiras de r

Da Redação

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Tecnologia ajuda agricultura familiar a manter a venda de produtos
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Escrito por Da Redação
Publicado em 09.04.2020, 11:24:00 Editado em 09.04.2020, 11:25:18
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Produtores rurais paranaenses têm utilizado a internet como ferramenta para garantir o escoamento da produção durante a pandemia do novo coronavírus. Sites, redes sociais e aplicativos ajudam a manter a renda da agricultura familiar, já que as feiras de rua estão suspensas. Para garantir a segurança da população, máscaras, luvas e álcool gel estão ainda mais presentes no dia-a-dia dos trabalhadores.

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O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, manifesta apoio às iniciativas. “Apoiamos e fazemos um apelo à população para que continue consumindo os produtos da agricultura familiar paranaense. Assim, podemos amenizar as consequências da crise e evitar o desperdício de alimentos”, diz o secretário da Agricultura e do Abastecimento Norberto Ortigara. Ele acrescenta que, no entanto, é necessário considerar a importância de manter abertas as feiras ao ar livre, garantindo os cuidados com saúde da população.

Em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, desde o dia 26 de março o site Feira Fácil Genial oferece à população o serviço de pedidos e entrega de hortifrútis e outros alimentos de produtores rurais. Até a sexta-feira, dia 3 de abril, cerca de 900 pedidos haviam sido realizados por meio da plataforma.

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A Prefeitura disponibilizou um espaço que os feirantes utilizam como central de abastecimento temporário. Lá, eles organizam a logística das entregas, com fluxo limitado de pessoas e equipamentos de higienização.

STARTUP - O site era uma vontade antiga dos próprios feirantes e da gestão municipal, mas a pandemia acelerou o processo e uma startup ajudou a desenvolver a ideia, explica o coordenador do setor de agronegócio do sistema Jonas Gonçalves Franco.

“Eu sempre quis digitalizar a feira e criar um novo conceito de negócio, colocar a tecnologia no nosso trabalho. Vimos que a demanda era grande e agregamos outros agricultores familiares. A cidade não pode ficar sem alimento”, diz ele.

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 Até agora, 31 agricultores estão cadastrados no sistema, de acordo com a Prefeitura. Outras 14 pessoas estão trabalhando na logística, entre administrativo, TI, marketing, comercial e montagem de cestas. Nas entregas, todos os cuidados de higienização e distanciamento físico são tomados.

“Falamos para os motoboys que é preciso entregar o produto como se fosse para a nossa própria casa”, diz. Além de legumes e verduras, a partir desta semana o site incluiu produtos da piscicultura, já que a Feira do Peixe, que começaria segunda-feira (6), também foi suspensa na cidade.

MUITA DEMANDA - Em Londrina, o site Compre do Pequeno está ativo há uma semana. Oriundos de produtores da região, itens como pão caseiro, mel, conservas, frutas, verduras e laticínios podem ser solicitados online e entregues na casa do consumidor.

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No primeiro dia, foram cinco entregas. No terceiro dia de atividade, o site recebeu 150 pedidos. “Nesse dia, tivemos que pausar o sistema, porque não estávamos conseguindo atender a todos”, conta o criador, Leonardo Nogueira Pianchi.

Ele e o pai são de Jataizinho, na Região Metropolitana de Londrina, trabalham com laticínios e estão ampliando a produção para atender a demanda. Hoje, 12 produtores estão cadastrados, e o número tem crescido diariamente.

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A casa de Leonardo funciona como central para organizar as entregas, sempre com o uso de máscaras e álcool gel. “Há clientes que preferem os nossos produtos, pelo preço e pela qualidade, aos produtos do supermercado ”, diz.

TELEFONE – O uso de aplicativos já fazia parte da rotina dos produtores Rosângela e Reinaldo Gerstenderger, de Paranaguá, para realizar entregas diárias de alimentos orgânicos. Agora, a lista de clientes no grupo do Whats App até aumentou. “Nessa época de crise, muita gente que só estava no grupo para acompanhar, agora está comprando. A procura dobrou”, conta Rosângela.

Uma vez por semana, ela monta os pedidos em caixas e entrega em diferentes bairros da cidade. Os cuidados redobraram: as sacolas são descartáveis, o uso do álcool gel e a distância dos clientes são algumas estratégias para garantir um alimento seguro.

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NOVOS CLIENTES - O produtor Cléber Soares de Oliveira, de São José dos Pinhais, já trabalhava com pedidos pela internet antes da situação de pandemia. Mas com fechamento de alguns órgãos públicos atendidos, surgiu a necessidade de buscar novos clientes. “Precisei reinventar meu trabalho, e os próprios clientes estão ajudando a divulgar”.

As sacolas retornáveis utilizadas nas entregas foram recolhidas, higienizadas e substituídas pelas sacolas descartáveis. Além disso, luvas, máscaras e álcool gel viraram instrumentos de trabalho. Oliveira também dispensou a ajuda da esposa e dos filhos, para reduzir o número de pessoas fora de casa.

“Precisamos pensar na nossa segurança e na dos clientes. Eles não podem ficar em casa sem alimento, e nós não podemos correr risco. Minha família depende de mim”, diz.

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CUIDADO – A família da produtora Norma Watanabe Sasaki, de Maringá, trabalha no campo há mais de 50 anos, principalmente em feiras. Antes da pandemia, as entregas correspondiam a menos de 5% das vendas. Mas desde o dia 20 de março, quando as feiras da cidade foram suspensas, a renda vem exclusivamente desse serviço.

Ferramentas como Instagram e Facebook têm colaborado para manter o público. “O cliente entra em contato conosco e recebe a lista de produtos disponíveis naquele dia. Depois que ele escolhe, nós embalamos e enviamos pelo motoboy”, conta. Norma faz questão de dar prioridade no atendimento para idosos e famílias com crianças. “Esse é um critério que reforçamos por causa da pandemia”, diz.

ACIMA DA EXPECTATIVA – O casal Fabrício Busto Alves Miguel e Adrieli Chuffi, de Faxinal, que trabalha em uma feira de orgânicos em Londrina há mais de dois anos, viu a demanda aumentar com o serviço delivery. Eles comercializam produtos como alface, almeirão, couve, tomate, cabotiá, mandioca, pepino, cenoura, beterraba, além de frutas, temperos, ervas e processados, como molho de tomate orgânico e geleia orgânica.

 “Quando tivemos a notícia de que a feira ia ser suspensa, logo pensamos em fazer entregas, e a ideia também partiu dos próprios clientes. Conseguimos manter o preço da feira e fechamos parceria com uma empresa de entrega com bicicletas, para fazer um delivery sustentável”, conta Adrieli.

O resultado está acima das expectativas. “Temos uma lista de transmissão de quase 200 clientes, e não conseguimos atender nem metade. As pessoas estão buscando mais a alimentação orgânica, além do conforto de receber tudo em casa e evitar o supermercado”.

A colheita, lavagem e embalagem dos alimentos seguem todos os cuidados necessários. “Essa parte não mudou muito, porque são normas da agroindústria que nós já seguíamos”, diz.

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