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Negligência é a principal violência contra idosos, aponta levantamento

A violência é uma ameaça real à integridade de “vovôs” e “vovós”, que são vítimas de agressão física, apropriação indébita, abandono, negligência, abusos financeiros e psicológicos, maus-tratos e até cárcere privado. Um levantamento feito pela Secretaria

Da Redação

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A violência é uma ameaça real à integridade de “vovôs” e “vovós” - Foto: Pixabay - imagem ilustrativa
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A violência é uma ameaça real à integridade de “vovôs” e “vovós” - Foto: Pixabay - imagem ilustrativa
Escrito por Da Redação
Publicado em 17.06.2017, 09:57:00 Editado em 18.06.2017, 18:43:43
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A violência é uma ameaça real à integridade de “vovôs” e “vovós”, que são vítimas de agressão física, apropriação indébita, abandono, negligência, abusos financeiros e psicológicos, maus-tratos e até cárcere privado. Um levantamento feito pela Secretaria de Assistência Social de Apucarana (norte do Paraná), revela que a negligência e o abandono são a principal violência contra os idosos no município, respondendo por 58% das denúncias no ano passado. A situação reflete o que ocorre em todo o Brasil, conforme observam assistentes sociais.

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Na sequência, aparece a violência financeira, quando os cuidadores se apropriam dos seus bens, com 16% das queixas. Agressão física é a terceira violência mais praticada contra idosos, representando 12% das situações. 

Neste ano, os números revelam que o perfil da violência contra a pessoa idosa permanece praticamente inalterado. Das 31 denúncias que chegaram ao Serviço de Proteção ao Idoso, Departamento da Secretaria de Assistência Social, entre janeiro a junho, 17 eram de negligência e abandono, 8 de apropriação financeira, 4 de violência física e 2 de auto negligência. É sabido que as denúncias revelam apenas uma pequena parcela das situações vivenciadas pelos idosos no dia a dia dentro de suas próprias casas.

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As denúncias, segundo a psicóloga Nayara Rodrigues Palogan, do Serviço de Proteção ao Idoso, chegam através de denúncias anônimas de familiares e vizinhos, do Disque 100 e também do Ministério Público (MP). “Sempre que recebemos alguma denúncia, uma equipe faz uma visita até a residência do idoso para checar a situação e fazer a intervenção. É preciso de muito tato e sensibilidade para fazer esse trabalho, porque a noção intenção não é retirar o idoso da família, mas melhorar a convivência. Para isso, temos que trabalhar com a família também”, diz.

Infelizmente, de acordo com Nayara, os familiares têm dificuldade de entender que o tratamento dado em relação ao idoso é inadequado, é uma violência. “Apenas em 20% das intervenções temos o resultado esperado. Em outros, que chegam até ser arquivados, passados alguns meses precisamos voltar a intervir. São situações muito delicadas”, diz.

Intervenções
As intervenções, quando necessárias, contam com vários serviços como assistência social, serviço de saúde, acompanhamento psicológico e atividades físicas, ofertadas pela Secretaria do Esporte, além de convivência, como atividades artesanais no Centro Dia e bailes exclusivos para a terceira idade.

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A secretária interina de Assistência Social, Ana Paula Nazarko, observa que os dados fogem do conceito somente de violência física. “Não podemos pensar na violência contra a pessoa idosa somente no aspecto físico, mas também no cuidado, na falta de cuidado, que é negligência”, sublinha.

Ana Paula comenta que o cuidado com a pessoa idosa vai além de suprir necessidades materiais, envolve o acolhimento social dentro da família. “É comum os idosos serem excluídos das atividades da família e, com isso, acabam isolados, sozinhos. Isso é uma violência, mas, infelizmente, é aceita pela sociedade. Precisamos reverter esse quadro, valorizar a experiência de vida dessas pessoas e perceber, ao mesmo tempo, que a terceira idade será uma fase mais longa. Diferente de décadas anteriores”, observa. 

A expectativa de vida do brasileiro é de 75 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Negligência é a principal violência contra idosos, aponta levantamento
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Foto: Tribuna do Norte

No ritmo da descontração
Aos 66 anos, a aposentada Dirce Jorge da Silva, esbanja disposição e alegria toda sexta-feira à tarde durante o Baile da Terceira Idade, promovido pela Secretaria de Assistência Social de Apucarana, ao lado do companheiro, o aposentado Edivaldo Farias dos Santos, de 58 anos. “Aqui, eu me sinto viva. É um espaço de muito respeito e amizade. Sempre chamo algumas amigas para vir dançar também, mesmo que não dancem, porque só o fato de sair de casa já ajuda a esquecer os problemas, além de fazer amizade”, diz.

É na pista de dança também que ela garante que está o melhor remédio para a artrose na região lombar. “Eu me esqueço até da dor”, brinca. E foi dançando também que ela encontrou seu atual parceiro, como ela prefere chamar, há quatro anos. “Toda sexta, sábado e domingo sempre gosto de ir em um baile da terceira idade, porque faz muito bem”, garante.

A aposentada Maria Lazarini, de 78 anos, também é presença garantida no Baile da Terceira Idade. Viúva há 13 anos, ela não nega que surgiu paqueras nesse período, mas garante que gosta mesmo é de viver sozinha e da amizade das amigas. “Gosto de dançar e sempre chamo as amigas para vir, porque faz muito bem. Também vamos para bailes em outros grupos de terceira idade”, revela.

O baile da Terceira Idade acontece toda sexta-feira, a partir das 13h30, no Sesc de Apucarana, e só pode participar pessoas acima de 50 anos

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