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Aos 70 anos, feirante mantém tradição em Arapongas

Aos 70 anos, Judite Rosa de Almeida é uma das feirantes mais antigas de Arapongas. A idosa que esbanja disposição, mantém viva a tradição que já dura mais de 50 anos. Ela também tem uma história marcada por superação. Judite veio da Bahia com 9 anos, junt

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 01.03.2021, 20:59:38 Editado em 08.03.2021, 08:22:35
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Aos 70 anos, Judite Rosa de Almeida é uma das feirantes mais antigas de Arapongas. A idosa que esbanja disposição, mantém viva a tradição que já dura mais de 50 anos. Ela também tem uma história marcada por superação.

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Judite veio da Bahia com 9 anos, junto com os pais e mais quatro irmãos. A família que passava por necessidades, buscou uma vida melhor em Arapongas e criaram raízes na Colônia Esperança. "Com 14 anos comecei a trabalhar como diarista na casa do patrão dos seus pais, meu pagamento era feito em ovos, sozinha ia para Aricanduva vender os ovos nas casas. Meu irmão mais velho, vendo meu sofrimento e minha dedicação, resolveu me ajudar me acompanhando nas vendas, então todos os sábados nós dois andávamos para vender os ovos e aumentar a renda da família" relembra

A juventude de Judite foi interrompida aos 17 anos, a mãe dela ficou muito doente e ela precisou cuidar da casa e dos irmãos, foram dois anos responsável por tudo. A mãe Ana Cândida veio a falecer com 43 anos e tudo ficou ainda mais difícil.

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Judite teve que se adaptar a uma vida nova, além de cuidar da casa e dos irmãos, precisou começar a trabalhar na roça para ajudar na renda. Aos 19 anos se casou com Arquimedes Antônio de Almeida, apelidado de “Baiano”, que por coincidência também era Bahia, e o destino uniu os dois em Arapongas.

"Depois que me casei comecei a trabalhar com a feira na cidade, nós acordávamos muito cedo, 3 da madrugada, no frio da época e de carroça pois era muito distante o sítio da cidade. Tive uma filha, a Claudia, depois meu segundo filho Milton, que nasceu muito doente e veio a falecer com 11 dias de vida. Tive meu terceiro filho, o Adilson e meu quarto filho Edson, que aos 8 anos teve câncer e também morreu. Foi um período muito difícil, meus filhos ainda pequenos tinham que ir para a feira trabalhar, para eu cuidar do que estava doente. Quando ele morreu, foi muito difícil superar. Depois de dois anos, tive outro filho, o Éder, que depois que cresceu, começou a me ajudar a vender os legumes e verduras", conta.

Da feira Judite conquistou os bens materiais e tirou o sustento da família, comprou a tão sonhada Kombi usada no trabalho. Com a chegada da pandemia a idosa pela primeira vez precisou ficar em casa.

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"Após um tempo isolada em casa, comecei a ficar muito ansiosa e estressada por não poder estar fazendo as feiras, sendo assim depois de muito custo, conseguiu que meus filhos liberassem uma feirinha em frente de minha casa. Como no começo da pandemia muitas pessoas não estavam saindo de suas casas, surgiu a ideia de criar a @feirinhadadonaju, uma espécie de delivery de frutas, verduras, legumes e ovos e assim fiquei ainda mais conhecida na cidade", detalha.

Uma das filha disse que foi difícil manter a mãe em casa, que ela gosta mesmo é de estar na feira. "Como a família inteira reside na mesma rua, todos os dias estão de olho para tentar manter a ordem. Minha mãe é muito ativa, um exemplo de força e superação, um exemplo de mulher marcada por uma vida de luta", disse Cláudia.

Judite garante que sua alegria está na feira e ainda deixa um conselho. “Mesmo estando hoje na feirinha, sinto muita falta da feira e dos meus amigos tanto feirantes quanto clientes, pois éramos uma família. Quando lembro choro. Mantenham sempre Deus no coração, seus filhos por perto, e amigos também, pois assim venceremos todas as batalhas”, finaliza.

No mês das mulheres, Judite é uma que inspira.

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