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ATUALIZADA - Marcha das Mulheres reúne milhares contra Trump em todo o mundo

PATRÍCIA CAMPOS MELLO, ENVIADA ESPECIAL WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Um mar de mais de 500 mil mulheres, homens e crianças, usando gorros cor de rosa, tomou as ruas da capital americana na Marcha das Mulheres contra o presidente Donald Trump. Estimativ

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 21.01.2017, 21:18:01 Editado em 21.01.2017, 21:20:12
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PATRÍCIA CAMPOS MELLO, ENVIADA ESPECIAL

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WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Um mar de mais de 500 mil mulheres, homens e crianças, usando gorros cor de rosa, tomou as ruas da capital americana na Marcha das Mulheres contra o presidente Donald Trump.

Estimativas preliminares da agência de notícias "Associated Press" e do site "Vox" apontavam para pelo menos 500 mil manifestantes, número superior ao público que esteve no Capitólio e no National Mall para a posse do presidente Trump na quinta-feira (20), estimado em cerca de 300 mil. Segundo os organizadores da marcha, havia mais 3 milhões de manifestantes em Marchas das Mulheres nos Estados Unidos e em outros países.

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O foco da marcha era a defesa de direitos das mulheres e das minorias, em reação a comentários vistos como misóginos feitos pelo novo presidente americano e a medidas contra o direito ao aborto, prometidas durante a campanha. Mas a manifestação se transformou em um protesto contra a eleição de Trump, uma anticelebração da posse.

Manifestantes vindos do país inteiro entupiram o metrô, que tinha filas enormes e vagões lotados de gorros cor de rosa. Os gorros são parte do "Pussyhat project" (Projeto chapéu de xoxota), lançado no fim de novembro. Trata-se de uma campanha conclamando mulheres do país inteiro a tricotarem gorros de lã cor-de-rosa, com duas pontas na parte de cima, usarem os acessórios na marcha ou enviarem a outras mulheres que iriam participar. Segundo a campanha, mais de 1,17 milhão de gorros foram tricotados (número de pessoas que cabem no National Mall), e eles fazem referência ao vídeo em que Trump foi flagrado dizendo que poderia até "pegar mulheres pela xoxota" se quisesse.

"Trump é especialmente desrespeitoso com as mulheres e minha grande preocupação são questões femininas como o direito ao aborto, mas estamos aqui para protestar também contra as posições de Trump sobre o meio ambiente, lei e ordem e liberdade de expressão", disse a professora Melissa Haber, 47. Ela tricotou 14 gorros de lã rosa, três deles durante a viagem de carro de Boston até Washington, que levou 11 horas (normalmente, demora 7 horas, mas havia um congestionamento de ônibus cheios de gorros rosa, ela explicou). Ela veio com o marido e dois filhos, todos com seus gorros cor de rosa.

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A democrata Hillary Clinton, que perdeu a eleição para Trump, tuitou: "obrigada por defender, falar e marchar por nossos valores na @womensmarch" É mais importante do que nunca."

"Presidente Trump, eu não votei em você. Dito isso, eu quero poder te apoiar. Mas antes, eu pergunto: você vai me apoiar? Apoiar minha mãe, minha irmã, minha melhor amiga?", discursou a atriz Scarlett Johansson no palco principal da marcha.

Por lá passaram também Glória Steinem, 82, um ícone do feminismo, a cantora Alicia Keys, a senadora democrata Elizabeth Warren e o cineasta Michael Moore.

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"Não vamos passar de uma nação de imigrantes para uma nação de ignorantes", disse a atriz hispânica America Ferrera.

Até a cantora Madonna participou. "Vamos celebrar nossa recusa em aceitar essa nova era de tirania; não só as mulheres estão em perigo, todas as pessoas marginalizadas estão", disse. "Sim, eu pensei muito em explodir a Casa Branca, mas sei que isso não vai mudar nada."

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Ambulantes vendiam camisetas da marcha por US$ 10 (R$ 32), crachás com a foto de Michelle Obama por US$ 5 (R$ 16) e bottons das posses passadas de Obama por USS 1 (R$ 3,20).

O ex-secretário de Estado John Kerry foi à marcha com seu cachorro.

Em Chicago, depois que 150 mil manifestantes lotaram as ruas, as autoridades tiveram de cancelar a marcha e pediram para que o protesto fosse estacionário. O sistema de trânsito de Boston teve de acrescentar linhas de metrô e ônibus. Nova York e Miami também tiveram grande numero de pessoas.

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"Lutei por direitos humanos minha vida toda, não vou desistir agora", dizia Adelaide Marion Miller, 80, que foi de cadeira de rodas à marcha. Advogada, ela participou do movimento de direitos civis e é veterana de protestos. Desta vez, quase desistiu, porque está em hemodiálise, tratamento para insuficiência renal.

Ela veio com a amiga Jenny Nachbar, professora, 48 que usava um gorro tricotado por uma senhora no Alasca. "Precisamos garantir que ele não vai acabar com a voz das mulheres no governo", dizia Jenny.

Os manifestantes usavam faixas e cartazes com os dizeres "Make america hate gain", "Black lives Matter", "Not my president" e "Womens rights are human rights."

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Ele destacou a filha Ivanka para melhorar sua imagem com as mulheres. Ivanka é uma das principais defensoras do plano de licença maternidade remunerada para mulheres proposto por Trump –hoje em dia, as americanas não tem direito a nem um dia de licença remunerada depois que têm filhos.

Hillary Clinton ganhou o voto feminino na eleição de 2016 por 12 pontos, e perdeu no masculino por 11.

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A democrata, que tinha a defesa das mulheres como uma das principais plataformas de campanha, recebeu 54% dos votos das mulheres, diante de 42% para Trump. Considerando apenas as mulheres brancas, no entanto, Trump venceu com 53%.

NO MUNDO

Além das marchas nos EUA, foram registrados protestos contra Trump em dezenas de países ao redor do mundo.

De acordo com o site dos organizadores, cerca de 670 marchas foram planejadas. O total de protestos que de fato ocorreram não pôde ser verificado.

Na Europa, marchas foram realizadas em Londres, Berlim, Paris, Roma, Viena, Genebra e Amsterdã. Na capital britânica, manifestantes relataram a participação de mais de 100 mil pessoas.

Na África, centenas cantaram músicas de protesto em países como Quênia e África do Sul.

Centenas de pessoas também protestaram em Tóquio, entre as quais muitos expatriados norte-americanos.

Em Sidney, na Austrália, cerca de 3.000 homens e mulheres marcharam até o consulado americano e, em Melbourne, foram 5.000 pessoas. Na Nova Zelândia, houve marchas em quatro cidades, envolvendo cerca de 2.000 pessoas.

No Rio de Janeiro, cerca de 60 homens e mulheres, em sua maioria americanos que vivem na cidade, se reuniram em Ipanema.

Houve protesto contra o novo presidente dos EUA até mesmo na Antártica. Algumas dezenas de ambientalistas que participam de uma expedição em Paradise Bay seguraram cartazes com dizeres em inglês que podem ser traduzidos como "Pinguins pela Paz" e "Amor desde os sete continentes".

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