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Farc não estão envolvidas em motins no Brasil, diz presidente da Colômbia

SÓ PODE SER PUBLICADO COM ASSINATURA CLÓVIS ROSSI, ENVIADO ESPECIAL DAVOS, SUÍÇA (FOLHAPRESS) - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, descarta firmemente a hipótese de que o vazio no negócio do narcotráfico deixado pelo acordo de paz com as Farc (F

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.01.2017, 16:54:24 Editado em 19.01.2017, 16:55:10
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CLÓVIS ROSSI, ENVIADO ESPECIAL

DAVOS, SUÍÇA (FOLHAPRESS) - O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, descarta firmemente a hipótese de que o vazio no negócio do narcotráfico deixado pelo acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) possa ter alguma relação com as guerras de gangues nos presídios brasileiros.

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"As Farc são um grupo muito disciplinado e só uma porcentagem muito pequena delas decidiu continuar no narcotráfico", afirma Santos. No entanto, admite uma hipótese alternativa: as Farc talvez tenham avisado aos seus interlocutores no narcotráfico brasileiro que estavam se retirando do negócio e que, portanto, caberia a eles assumir.

As Farc sempre negaram que fizessem tráfico de drogas, embora admitissem que cobravam proteção dos traficantes, um dos meios pelos quais se sustentavam durante o quase meio século em que estiveram em guerra contra o Estado colombiano. O acordo de paz recentemente alcançado pode pôr fim a essa guerra, mas não ao tráfico de drogas.

Santos lembrou nesta quinta (19), em conversa informal com um pequeno grupo de jornalistas que cobrem o Fórum de Davos, que, nos últimos 30 anos, a Colômbia foi o primeiro exportador mundial de cocaína. Lembrou também que o país conseguiu desmantelar cartéis como os de Cali e de Medellin (este último alçado à fama internacional pelo filme "Narcos", estrelado pelo brasileiro Wagner Moura, no papel de Pablo Escobar).

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Depois de tudo isso, no entanto, "ainda somos o maior exportador de cocaína", lamenta Santos, com um broche na forma de pomba da paz na lapela, presente da filha, que ele promete levar sempre até o fim do mandato.

Compara o presidente: "É como se estivéssemos 40 anos pedalando em uma bicicleta ergométrica" (dessas que não saem do lugar).

Por isso mesmo, defende "uma mudança na maneira como enfrentamos a questão da droga".

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Santos acha que o acordo de paz na Colômbia é "a grande oportunidade" para introduzir essa mudança. Antes de mais nada porque o modelo atual prevê afastar militarmente os camponeses do cultivo e a erradicação das plantas de coca.

No entanto, durante a guerra, os militares eram recebidos à bala ou tinham que evitar as minas, em um país que só tem menos minas do que o Afeganistão. Agora, com a paz, teoricamente é possível convencer os agricultores a substituir os cultivos de coca por plantações legais.

O problema, no entanto, está também ou principalmente do lado da demanda: segundo o presidente, há mais prisioneiros nos Estados Unidos por questões envolvendo a droga do que todo o conjunto da população carcerária europeia.

Conclusão inescapável: saem as Farc, permanecem as máfias. "Enquanto houver demanda [pela droga], a máfia estará presente", diz o presidente. Uma observação que vale para os Estados Unidos, para a Colômbia e também para o Brasil. Afinal, como lembra Santos, o Brasil já é um grande consumidor, não apenas país de trânsito.

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