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Alunos de cursos técnicos se recusam a assistir aulas pela TV

Estudantes estão insatisfeitos com o formato dos cursos técnicos do Colégio Cerávolo, em Apucarana, e estão cabulando as aulas

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 30.06.2022, 20:04:10 Editado em 01.07.2022, 15:38:21
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Estudantes do ensino médio do Colégio Estadual Professor Izidoro Luiz Cerávolo, em Apucarana, no norte do Paraná, se recusam a assistir as aulas dos cursos profissionalizantes, em protesto contra o formato de ensino que consiste na transmissão das aulas pela televisão. A atitude dos alunos recebe apoio dos pais, que travaram uma batalha para que os cursos sejam ministrados por professores dentro das salas de aula, acompanhando de perto o desenvolvimento de seus filhos.

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As aulas são ministradas a distância - por uma faculdade contratada pelo Governo do Estado - aos alunos do ensino médio nas disciplinas que compõem o chamado itinerário profissionalizante. O modelo tem gerado muita insatisfação entre estudantes e pais que criaram o grupo 'Pais Unidos Pela Educação', para cobrar mudanças.

“O grupo surgiu de uma necessidade dos pais que foram induzidos ao erro pelo Governo do Estado que ofertou cursos técnicos atrelados ao segundo grau. Só que quando nós recebemos essa informação, achávamos que seria com professor em sala de aula. Tivemos a ingrata informação de que o governo colocou uma televisão em sala de aula e que o curso técnico seria pela televisão”, disse Eduardo Augusto Vargas, pai de aluno matriculado no segundo grau do Colégio Cerávolo e que também cursa o ensino técnico.

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 O militar Eduardo Augusto Vargas está a frente do grupo 'Pais Unidos Pela Educação'
Foto por Fernanda Neme/TNonline
O militar Eduardo Augusto Vargas está a frente do grupo 'Pais Unidos Pela Educação'

De acordo com Vargas, todas as solicitações feitas pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) foram atendidas, como a comprovação do número de professores qualificados a assumires as aulas e estrutura física da escola. Enquanto a situação não muda, Eduardo conta que os alunos estão fazendo uma espécie de greve, deixando de assistir as aulas do curso técnico.

“Quando começa o curso técnico os alunos se retiram da sala em demonstração da insatisfação que eles sentem com esse curso de péssima qualidade. E nosso pedido é só uma coisa, professor na sala de aula, porque televisão não consegue formar um técnico. Nosso pedido é que o governador coloque a mão na consciência e coloque professor na sala de aula”, disse.

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O diretor auxiliar do Cerávolo, Fernando Pinheiro, disse que não há previsão para que a exigência seja atendida. “A Seed ouviu esses anseios e solicitou alguns dados para analisar a possibilidade. Estamos aguardando para que sejam liberadas essas aulas 100% presenciais”, comentou.

OFÍCIO

Em maio, a direção do colégio protocolou um ofício junto ao Núcleo Regional de Educação (NRE) de Apucarana informando sobre a disponibilidade de professores que têm condições de ministrar as aulas presencialmente na escola.

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Na época, o grupo fez uma ação no centro de Apucarana para colher assinaturas em uma petição que foi encaminhada a Câmara de Vereadores. O diretor do Cerávolo, Diego Fávaro, confirmou na época que, diante da insatisfação dos pais com a proposta de EAD, foi ao setor de educação profissional do Núcleo pedir ajuda. “Entrei em contato com professores inscritos nos editais, realizei um ofício e entreguei ao Núcleo Regional de Educação, que na mesma hora enviou para a Secretaria de Educação", explicou na época.

Na última sexta-feira (24), o grupo recebeu uma resposta da Seed. Segundo Eduardo Vargas, a justificativa da secretaria é que existe uma questão contratual que deve ser respeitada até o fim de 2022 e que por este motivo, as aulas devem continuar do jeito que estão. Confira um trecho do ofício:

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“Tendo em vista o solicitado pela referida instituição de ensino, a Diretoria de Educação, considera alguns pontos de atenção, que seguem:

1- As matrizes curriculares dos cursos em questão apresentam uma carga horária maior que 3000 h em sua totalidade, tendo em vista que o processo de ampliação desses cursos é gradativa e sofre alteração no decorrer dos 3 anos, sendo 20% no primeiro ano, 40% no segundo e 60% no terceiro ano.

2- No cenário atual não há garantia de disponibilidade de profissionais da rede pública Estadual de ensino habilitados para o suprimento nas disciplinas, quando se considera a carga horária total das matrizes dos referidos cursos.

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3- A instituição de ensino deve possuir laboratórios específicos e estrutura física adequada para atendimento, também, das turmas no contraturno, durante oferta do curso.

Esta Diretoria de Educação fará nova projeção com o RH da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte - Seed para que seja delineado novo planejamento, com a garantia da oferta dos Cursos Técnicos Integrados em Administração, Agronegócio e Desenvolvimento de Sistemas ministrada pelos profissionais da rede pública de ensino, a partir do 1º semestre do ano letivo de 2023, inclusive para aquelas turmas iniciadas no ano letivo de 2022.

Não havendo aceite da possibilidade supracitada, a instituição de ensino poderá solicitar, imediatamente, a migração da modalidade de Educação Profissional para a oferta regular naquelas turmas em que os cursos estão sendo ofertados de forma presencial e mediados por tecnologia, via instituição de ensino parceira”.

Na terça feira (28) os pais e alunos dos três cursos profissionalizantes ofertados pela instituição de ensino participaram de uma reunião, para debater sobre a resposta da Seed. "Fizemos uma votação, onde a maioria dos pais optaram pela sequência do curso de Agronegócio no modelo a distância e também formando a maioria dos pais nos curso de Administração e Sistemas foi optado pela extinção desses dois cursos, com o retorno do ensino médio habitual", informou Vargas.


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