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Após drama familiar, professora fez da profissão um "sacerdócio"

A paixão por ensinar é o principal motivador de milhares de professores, que comemoram hoje (15) o seu dia.  E a professora Jurnadel Costa Souza Ferreira, que faz 75 anos no próximo dia 20 em plena atvidade, é considerada uma referência por colegas de pro

Da Redação

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Professora Jurnadel Costa Souza Ferreira, que faz 75 anos no próximo dia 20, ainda trabalha no magistério: referência para colegas e alunos - Foto: TNOnline
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Professora Jurnadel Costa Souza Ferreira, que faz 75 anos no próximo dia 20, ainda trabalha no magistério: referência para colegas e alunos - Foto: TNOnline
Escrito por Da Redação
Publicado em 15.10.2016, 11:20:00 Editado em 15.10.2016, 21:49:44
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A paixão por ensinar é o principal motivador de milhares de professores, que comemoram hoje (15) o seu dia.  E a professora Jurnadel Costa Souza Ferreira, que faz 75 anos no próximo dia 20 em plena atvidade, é considerada uma referência por colegas de profissão e alunos na cidade de Apucarana, na região norte do Paraná. 

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Após drama familiar, professora fez da profissão um "sacerdócio"
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Com a vida marcada por um grande drama pessoal, "Jurna", como é carinhosamente chamada por alunos, educadores e familiares, relata que fez da profissão um "sacerdócio" como forma de sublimar a dor da perda do marido e do filho de 6 anos em acidente de trânsito. 

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"Sou filha do primeiro professor de Apucarana, Francisco Alves de Souza, e a escola estadual do Núcleo Parigot de Souza leva o nome dele. Comecei no magistério em 1959 e no dia 20 de março de 1975 sofri um grande baque: perdi o meu marido Expedito, que trabalhava na extinta Paranamotor, e meu filhinho Reginaldo Luiz, de 6 anos, em um acidente de trânsito na Rodovia do Café. Na ocasião fui hospitalizada e após dois meses retornei ao trabalho e decidi então dedicar minha vida integralmente à Educação, trabalhando cedo, à tarde e à noite", relata. 

Ela acrescenta que após o trágico acontecimento, nunca mais pensou em se casar novamente. "Fiz da educação um sacerdócio e desta forma considero que ajudei a motivar e encaminhar muitas pessoas para o caminho do bem. Isso é gratificante", pontua. Entre outras atividades profissionais, Jurnadel foi professora, coordenadora e diretora da Escola João Antônio Braga Cortes, conhecida como IV Grupo, e sua passagem pelo estabelecimento foi antológica, conforme atestam ex-alunos e pais de pessoas que estudaram no estabelecimento. 

"Realizávamos muitas promoções, viagens e tantas outras atividades pedagógicas e de lazer. Nossa meta é proporcionar educação com qualidade igual ou até superior à disponibilizada por estabelecimento de ensino da rede particular e acho que alcançamos esse objetivo na nossa gestão", avalia. Mesmo aposentada pelo Estado, Jurnadel continua trabalhando aos 74 anos junto à coordenação do cursinho pré-vestibular gratuito disponibilizado pela Prefeitura de Apucarana e governos estadual e federal, que funciona no prédio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), no centro da cidade. "O trabalho enobrece, eleva o espírito e ainda ajuda a aplacar qualquer dificuldade", frisa. 

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Humildade
Humilde, a professora cita outros colegas com exemplo de dedicação à Educação. "Há muitos bons professores novos em atividade, como Sueli Gomes Reis Gonçalves,  Narciso do Prado, Jair Sueki e outros. E há os da velha guarda, como Nasmin Zenedin Cerávolo e Lair Perri, são exemplos para as novas gerações", destaca.

Greve e ocupações
Sobre a atual situação do magistério no Paraná, a experiente educadora não se intimida ao falar. "Esse governo que aí está não valoriza a classe dos professores como deveria e não há outra forma de conseguirmos avanços, ou até mesmo que os compromisso assumidos com categoria sejam cumpridos, se não for pela pressão através da greve, como a que deve ser iniciada na próxima segunda-feira (17) em todo o Paraná. Não tenho procuração de nenhum político, mas o Roberto Requião foi um bom governador no tocante à Educação no Estado", diz. 

Já em relação as mais de 350 escolas ocupadas por estudantes no Paraná em protesto contra a reforma do Ensino Médio planejada pelo governo de Michel Temer, Jurnadel acha que "os alunos estão no seu direito". "O governo quer retirar do currículo matérias que na minha opinião são importantes para a formação dos estudantes de um modo geral e a ocupação dos colégios foi uma forma que eles escolheram para pressionar o governo a retroceder", afirma "Jurna". 

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Após drama familiar, professora fez da profissão um "sacerdócio"
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Opinião de colegas
Educadores que trabalham junto com a professora Jurnadel as classificam como referência quando o assunto é magistério. A coordenadora do polo da UAB em Apucarana, professora Sueli Gomes Reis Gonçalves, considera "Jurna" um exemplo a seguido. "O professor nunca pode esmorecer e deve ter uma determinação intrínseca para motivar os alunos em situações de adversidades. E quem conhece a Jurnadel sabe bem que ela é uma pessoa com esse perfil", opina. 

O professor Fernando José de Freitas é outro que enaltece as virtudes da colega. "O professor é um construtor da sociedade, pois mostra caminhos e forma opiniões. E nada mais justo e apropriado do que homenagear os educadores neste Dia do Professor na figura da Jurnadel, que é referência na Educação em Apucarana", classifica. 

Relação mais profunda
Já o professor de História Jair Suek, que está iniciando da profissão, considera que a relação entre aluno e professor vai além do objetivo de repassar conhecimento. "A classe deveria ter um reconhecimento maior, melhores condições de trabalho, mas mesmo com essa realidade que vivemos, a professora Jurnadel é um exemplo vivo que nos faz entender a importância do amor pelo ofício do magistério como uma maneira de ajudar os outros, em total troca de afeto entre aluno e educador", ressalta.

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