O Mercado de Fusões e Aquisições Empresariais

Da Redação ·
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fonte: Pixabay
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O que ocorre quando o país está em recessão? As vendas diminuem, os salários ficam travados, os negócios em quase todos os segmentos dão um passo à frente e outro para trás, é a crise que chegou.  Empresários veem suas vendas caindo e, para não fecharem as portas, muitas empresas tomam a decisão de se juntarem. Pode ser um caminho para reduzirem custos fixos, maximizarem custos operacionais, ganharem novos mercados, saírem de um ponto de fraqueza e alcançarem um ponto de forte concorrência. O mercado fica em ebulição e, então, veem-se privatizações, fusões e aquisições ocorrendo. Pode ser, no entanto, que empresas dispostas a se juntarem não tenham o mesmo valor de mercado e, portanto, após o negócio fechado, a nova empresa passa a existir - guardadas as proporções de valorização que cada uma tinha antes da junção - com cada uma mantendo o devido percentual da união total das empresas. Tudo ocorre, em se mirando o longo prazo.

O mercado é sempre o senhor dos anéis e é ele que vai definir a união em última instância. Certamente os empresários relutam em juntar as empresas, porque cada uma tem a sua cultura, seus hábitos e costumes, seu padrão de gestão, rotina e código de conduta e eles não mais se poderão considerar o dono do todo. Vão ser o dono, guardadas as proporções de responsabilidades e lucros que couberem a cada uma das partes. No momento seguinte, os empresários podem ter que conviver com um sócio e precisam se adequar a novas formas de gestão compartilhadas o que, muitas vezes, não é de sua vontade, mas é uma necessidade de sobrevivência imposta pelo mercado.

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Nos anos 90, com a abertura econômica, vimos muitos exemplos de privatizações, fusões e aquisições empresariais. Foram cerca de mil e cem empresas públicas privatizadas. Considerando esse exemplo, inicialmente, nos dois primeiros anos, em geral as empresas tendem a passar por dificuldades e podem até reduzir seu lucro líquido e entrar no prejuízo. No terceiro ano, com todos os ajustes realizados e, a adequação da nova gestão, a nova empresa tende a obter lucro e a ganhar novas áreas do mercado. São os frutos do recomeço e da evolução das novas estratégias propostas pós fusão, ou aquisição.

Pode acontecer o contrário também, quando um empresário compra parte do outro empresário e divide a empresa, é a cisão. A empresa divide-se em duas e cada uma segue a sua vida. Há casos em que, feita a divisão, dividem-se as cotas de ações em operações da Bolsa. A Bolsa recebe as cotas com valores determinados, mediante avaliação especializada, mas é o mercado e o volume da procura que determinarão se as cotas ganham novos valores em operação. Pode ocorrer ainda que a empresa - com seu departamento de pesquisa e desenvolvimento - venha a descobrir um produto importante, mas que destoa da atuação principal da empresa. Neste caso, para se explorar o novo produto, opta-se por criar uma nova empresa ligada ou não à antiga.

Em geral, as empresas efetuam um balanço de final de ano, quando seguem a escrituração contábil, verificando tudo o que há de ativo, do qual se subtrai os passivos, chegando-se ao balanço patrimonial. Verifica-se qual é o saldo e onde é possível observar a valoração da empresa, constatando se aumentou ou diminuiu, ou se manteve-se estável. Há empresas especializadas em executar esse tipo de trabalho avaliativo, e o departamento de contabilidade, ou de controle da empresa avaliada dará acompanhamento ao processo. As empresas passam por um período de transição tanto de preparação e maturação para privatizações, fusões e aquisições, quanto para as cisões, gerando divisão delas. Embora o momento econômico seja de dificuldade, os negócios continuam a ocorrer, considerando aquela velha máxima de que quem tem dinheiro ganha mais dinheiro.

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Empresas de alta tecnologia é o setor que tem saído na frente em que mais tem ocorrido as junções.  Nesse processo de fusão e aquisições, Google, Microsoft, Facebook e Apple têm realizado grandes compras. Algumas menores e até startups têm ganho fortes injeções de investimentos por empresas nacionais e internacionais. Um recente exemplo é o do Uber. Os setores de bancos, principalmente buscando novas formas de aberturas de contas; empresas de energia e, outras, de varejo, como supermercados, farmácias e no segmento de cervejas, também têm dado forte impulso nesse processo.

Muitas empresas adquirem outras, assumindo significativos volumes de dívidas, ocorrendo que se paga um pequeno valor e se assume as dívidas pendentes da antiga empresa. Nesses casos, não se envolvem grandes volumes de capitais no momento da transação, porque a dívida assumida já representa parte do pagamento. As micro e pequenas empresas de variados segmentos, contudo, seguem a mesma lógica. O mercado de privatizações, fusões e aquisições está onde as oportunidades aparecem. Resta ao empresário avaliar quais pontos positivos e negativos e dar o passo com segurança na direção de parcerias de sucesso.